- Área: 33000 m²
- Ano: 2016
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Fotografias:Tatiana Mestre
Descrição enviada pela equipe de projeto. O terreno é fundamental para entender o conceito dessa torre. Comumente e erroneamente assumimos o fato de que as edificações são construídas em um terreno, um espaço de terra. O verdadeiro terreno da arquitetura é mais do que isso.
O terreno da arquitetura é um espaço intangível. Um espaço que tem limites esfumaçados nos quais temos que incluir o entorno e o contexto espaço-temporal. Esses limites algumas vezes são abstratos e outras físicos.
Para esse projeto decidimos não somente desenhar a edificação, mas de alguma forma desenhar o terreno. Consideramos a estrutura que havia sido desenhada antes de ganharmos o projeto, como a parte mais importante desse terreno. Trata-se de uma estrutura tensionada que possui vãos de mais de 13 metros e nos permitia criar um terreno tridimensional, designando programas arquitetônicos a essa malha.
Da mesma forma que um bom arquiteto aproveita o terreno e o torna habitável, diferentemente de um que se esquece no entorno e faz com que o usuário viva desconectado do terreno, quisemos que nesse projeto os habitantes pudessem viver seu entorno; em outras palavras, viver a estrutura.
O edifício é coerente com sua infraestrutura, não procura ocultá-la ou maquiar superficialmente suas imperfeições, em vez disso trata de incorporá-la às atividades dos seus habitantes. A fachada, por exemplo, mostra a estrutura e se assenta no terreno com uma modulação permitindo que as rampas, vestiários, veículos, recepção e o resto da planta baixa se integrem à estrutura. Esse gesto é repetido em todos os níveis, já que a distância entre a estrutura gera a flexibilidade de habitar-se e subdividir-se em diferentes formas.
Em geral, todas as áreas do projeto são mantidas aparentes e foram escolhidos materiais de baixa manutenção que ressaltam sua natureza.